ESCREVO A DOR QUE NÃO PUDE CHORAR

Hoje eu escrevo a dor

Que um dia não pude chorar

Ainda lembro daquele amor

E da dor que danou-se a latejar

Daquelas que derruba qualquer um

Que não se esquece facilmente

É uma dor tão incomum

Que por um tempo me deixou doente

Meus olhos secos aguentaram

Durante toda a tempestade

Em nenhum momento derramaram

Qualquer lágrima de saudade

Ou algum arrependimento

O que é sólido desmancha no ar

E aprendi com o velho tempo

A antiga arte de amar

Que se desaprende a toda hora

Só me arrependo de guardar o pranto

Que não vai mais sair agora

Parece até que ficou num canto

Ou entalado na garganta arranhada

Ou no estômago, mal digerido

Ou talvez naquele manhã ensolarada

Daquele inesquecível domingo.

Eder Moraes
Enviado por Eder Moraes em 11/12/2014
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