De cara cheia

Meus olhos bebem cada passo dela,

tomando todas, seguem sóbrios ainda;

por vezes, seu adjetivo é apenas, bela,

outras, acrescentam intensidade; linda!

Coração tem pressa de alimentar à vista,

E mais; devaneia com o toque na pele;

Esperança recusa-se a abaixar a crista,

Espera prossegue, como vento impele.

O sangue quente se apressa às cavernas,

imaginando outra, onde está o tesouro;

O devaneio resoluto direciona as pernas,

Rumando à brasa que marcou o couro...

Toda ternura que lha deposito no banco,

Já a faz, Marani, e ela ainda não sabe;

Cada dia matura mais esse vinho branco,

E acrescento sempre, tanto quanto cabe...

Conforme a lente, vemos, até micróbios,

Como não a veria linda, olhando para?

nesse, de paixões agonizamos sóbrios,

No ano vindouro, iremos encher a cara...