PIRILAMPOS

Salpicos luminosos sobre os campos em negritude

Num acender e apagar constante, insistente

Varam a noite em riscos disformes, diferentes

Como se desenhassem o amor que não pude

Multiplicam-se num piscar, sobre o açude

Igualando-se ao universo em cima d'água

São gotas minúsculas e luminosas de mágoas

Pedaços de um amor amiúde

Meu coração fragmenta-se nesta inquietude

Assim como os pirilampos na escuridão

Com hora marcada para iluminar

Sigo te amando, apesar da ilicitude

Rompendo as barreiras da paixão

Enquanto eu puder te amar.