Natal Melado...
Dezembro nasce em expectativas
sobre-humanas gerando falsas
promessas nos devaneios alienados
de homens e mulheres,
numa busca constante pela mudança,
do que não pode ser mudado!
Além disso, todos esperam um verão
chuvoso para umedecer os lábios
da terra ressequida e ressentida...,
quase matando
as suas raízes nutridas
pelas minas subterrâneas!
Todos olham para os céus a espera da frente fria...
Estes mesmos olhos que procuram por uma nuvem...
uma nuvem daquelas gravidas de água,
um dia as maldisse pelas chuvas torrenciais.
Na minha infância a espera pelo Natal
tão aguardado vinha com rezas para não chover.
Tinha medo que a parteira não pudesse chegar
(devido as estradas enlameadas, movediças),
para fazer nascer o pequeno, e, o presépio vazio
deixava a gente sem o Natal.
Pobre Natal em presentes de plástico...
Rico natal em presentes de gostosuras...
feitas pelas mãos das mamas...
Rabanada, pão doce, biscoitos, bolachas,
gordas de alegria açucarada.
Eu andava atrás das mamas aprendendo
a arte de assar os enfeites da árvore de natal,
depois que o menino nascesse no presépio
as crianças podiam adoçar a fome das lombrigas
agarrando as estrelas adocicadas da árvore.
O Menino Deus calmamente dormia,
tendo sua família e amigos ao lado.
E nossos pais abençoavam a chuva que caia
tranquila regando a horta e o pomar!