Amor não semeado
(
ciclo dos passarinhos)

Amor estranho que não foi convidado,
Invadindo meu peito,deixou banzo triste ...
Daninha erva,não foi,por mim,semeada,
E meu coração insano,na angustia,persiste.

Quisera saber qual secreto grão,nefasto mal,
Trazido,talvez,por um delirante passarinho,
Avivou a quimera esquecida,prodigioso sinal,
Quando caiu, graciosa dança,a folha d’azevinho.

E o amor intruso,cruel,as raizes cravou fundo,
Em meu coração,sangrentos sinuosos caminhos,
Ouvia,então,dos céus,todos os gemidos do mundo!
Ah!Insurjo, contra ti,agora,delirante passarinho!

Eis que o amor não semeado,titubeante e belo,
Aninhou-se  à meus pés,suplicando carinho...
Cuidando a meu encanto,tornou-se lírio amarelo...
Ah!Bendigo,agora , querido delirante passarinho!