Alma descalça (Caris Garcia)

Alma descalça

(Caris Garcia)

Estopim da revolução que se aproxima

Calendário que não muda de mês em mês

Como em única palavra rascunhar a obra prima?

Relatar tudo sobre o quarto trezentos e três...

"A graciosidade da tua respiração que em inéditas dimensões me eleva

Para completa restauração? Sessenta dias...

A prova de fogo a cada duas horas...

Encher o peito da sublime nostalgia

Ampara e acolhe o meu hoje? Só se for agora...

Inspirando meu intelecto que da tua simplicidade se faz aguçado...

Era pela veia que chegava

O puro fluído que devolvia a vida

Como novas terras que o explorador desbrava...

Que voltem as poesias tão queridas!

Acolher o teu chamado é se fundir ao meu... Adão e Eva...

Como corações pendurados na janela

Recordavam as tuas exclamações que são tão minhas

Como gravuras de infância na sua tela

Que amor é esse? Venha comigo! Adivinha...

Perspectiva do nosso ninho...A palha, a terra, os bambus lado a lado....

Passos lentos pelos corredores eternos

Pousando suave olhar pelos roseirais

Há ainda vida nos leitos do meu caderno

Todos os caminhos me levam para teus pontos cardeais

Mantras das novas eras... Para, ouve e sente...É quase possível tocar...Posso ?

Mesmo longe ainda ouço o som dos teus tambores

A infinita melodia perfumada de jasmim

Preenchendo o sumo vital no tom perfeito das cores

Recitada no teu sutra inspirado em mandarim

Dois pra lá, um pra cá... Na dança das chamas você me conduz... O ritmo lento, só nosso...

Vi a vida se escorrer e se extinguir

Como alguém que resolve de vez partir

Eis que o Anjo interrompeu a jornada...Em vão?

Trouxe de volta você, o ar, a terra, meu chão

Somos amantes da obra devocional escrita pelos Deuses e pelos hindus recitada...

Água de uma fonte que nunca seca

Faça dos teus milagres os meus!

Amor assim jamais peca

Consagrada a sina de Julieta e Romeu...

Ascendendo na tua evolução, vejo teus castiçais que o brasão reproduz na alvorada...

Lugares esses...Oh! Migratórios lugares...

Nas laterais os passageiros que vem e vão

A vida aqui é rarefeita de novos e puros ares

Tênues são os temporais do teu sim e do meu não

Catedrais que nos elevam...Amor esse que em toda parte reluz... Meu lírico Universo...

A curta estadia que gera novos laços

Diagnósticos raros, curtos e alongados

Absurda é a leveza de ternos abraços

Sinceridade jamais vista, trechos eternizados

A parte de um quarto do mundo onde só se vê a ponta da cruz...Por você eu regresso...

Verdade absoluta que se alastra

Navios fantasmas que retornam ao certeiro destino

O não falar dessa voz que se auto castra

Emudece para em delírios derramar só o teu hino

Alma descalça... Nos teus abraços se quebram tabus...

Contando as pétalas da única rosa do teu jardim

Que a cada dia apresenta quantidades diferentes

Na espera que no fim do dia o anjo devolva você para mim

Para que a tranquilidade invada de vez a nossa mente

Meu doce caminho de cristal... Somente meu, é o teu, único raio de luz..."

É impossível não se perder neste teu sorriso

Semblante que semeia flores divinais

Esparrama tuas hóstias e sementes no meu piso

Somente assim findarei os infinitos ais...

http://carisgarcia.blogspot.com.br/

Caris Garcia
Enviado por Caris Garcia em 05/12/2014
Reeditado em 05/12/2014
Código do texto: T5059675
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