E foi por viver só
que doeu-me a tua chegada...
A forma como me cobriste
e acordaste as palavras do meu corpo...
Como bebeste os segredos
e lambeste os desejos a mel e sal...
... Eras dédalo a enrodilhar-me !!!
E pela manhã,
era teu nome que me trans.bordava
no sonho de morar no teu gesto...
...
Ahhh Poeta...
Luz dos dias às noites !
Ancorado, febril, estendido à carne !
... Suspenso à boca...
Escreveste-me tua memória
em aderências...
________Foi por me vestires com tua alma
que sempre doeu-me
o ínfimo sopro de tua ausência.
Tela – Arthur Braginsky