Noites Mornas

Maria Antônia Canavezi Scarpa

As noites são longas no silencio do meu luar

busco uma sombra nas frestas das luzes que adormecem mornas

Há um imaginário nesse silêncio onde se alinham os astros

Tateio uma boca, mãos para adornar meus seios

no calor ávido do meu corpo

Uma luminosidade reflete dois pares de olhos pérolas

que cintilam a cada segundo que esparramo

o pecado pelo ar

Sob a luz das estrelas a égide do proibido transforma-se

em fulgurantes nebulosas além do infinito

como se tudo corresse vertiginosamente

caudaloso como um rio de desejos

vertido na escuridão e banhado pelos toques

que o imaginário delineou

Amar o impossível é um prelúdio de incertezas

sem se importar se o cheiro que exala dessa química

seja forte e estoure as provetas dos sentimentos

misturando tudo,no ar com a essência mítica

extraída desse rio de corais que vertem desejos

Sinto que entumecida fico rubra em charcos

imperiosamente sensual para amar

e na escuridão da noite aumento os encantos

lívida vou transbordando meus ciclos mutantes

porque além das distâncias quase concretizo sonhos :

- Acorda comigo!!! Me beija e me diz bom dia...

Dançando um bailar gostoso

como nas asas das andorinhas realizo a performance...

um ato...uma cena de prazer

já está chegando a aurora das luzes apagadas

e uma certeza...uma nuance

tinha alguém ao meu lado

mas se foi ...ao amanhecer

Tília Cheirosa
Enviado por Tília Cheirosa em 29/05/2007
Reeditado em 29/05/2007
Código do texto: T505721
Copyright © 2007. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.