Noites Mornas
Maria Antônia Canavezi Scarpa
As noites são longas no silencio do meu luar
busco uma sombra nas frestas das luzes que adormecem mornas
Há um imaginário nesse silêncio onde se alinham os astros
Tateio uma boca, mãos para adornar meus seios
no calor ávido do meu corpo
Uma luminosidade reflete dois pares de olhos pérolas
que cintilam a cada segundo que esparramo
o pecado pelo ar
Sob a luz das estrelas a égide do proibido transforma-se
em fulgurantes nebulosas além do infinito
como se tudo corresse vertiginosamente
caudaloso como um rio de desejos
vertido na escuridão e banhado pelos toques
que o imaginário delineou
Amar o impossível é um prelúdio de incertezas
sem se importar se o cheiro que exala dessa química
seja forte e estoure as provetas dos sentimentos
misturando tudo,no ar com a essência mítica
extraída desse rio de corais que vertem desejos
Sinto que entumecida fico rubra em charcos
imperiosamente sensual para amar
e na escuridão da noite aumento os encantos
lívida vou transbordando meus ciclos mutantes
porque além das distâncias quase concretizo sonhos :
- Acorda comigo!!! Me beija e me diz bom dia...
Dançando um bailar gostoso
como nas asas das andorinhas realizo a performance...
um ato...uma cena de prazer
já está chegando a aurora das luzes apagadas
e uma certeza...uma nuance
tinha alguém ao meu lado
mas se foi ...ao amanhecer