Poeminha cardíaco
Passeio devagar
Pelas veias do teu peito
Nas vias truncadas do teu coração
Marco o meu passar
Piso de leve
Como se fosse cristal
E pudesse quebrar
E te resgato novamente.
Na cintilografia
Na angústia de cada hora
Vejo os ventrículos
Aurículas e câmaras
Nos vasos contritos
Planto afetos e bens.
E uma certeza me aflora
Faz-me o necessário bem
A de que não vais partir
Não é hora.
Mesmo assim
- Como a chuva que teima em cair -
Verte dos meus olhos
Um choro fisiológico e mudo
Ao Médico dos médicos
Meu apreço
E as tuas safenas me acalmam.
Beijo a todos!