Campos Distantes,
Em campos distantes convergentes e pequenos,
Disfarço no canto da boca seca um meio sorriso,
Numa mesma timidez guardada e em nada inventada,
Desvio certo sempre de tudo e de quase ninguém,
Durmo tão inseguro jogado no chão de mim mesmo,
Em cima dos lençois e dos meus vários propósitos,
Deito espalhado em sonhos e talvez em disfarces,
Um amanhecer de luzes que nunca se cansa da espera,
Do tão perfeito amor que na sua ausência se inventa,
E no breve gosto de ter perto o gozo da vida,
De sobreviver de novo as mais duras quedas,
E cair somente pra poder ouvir o doce silêncio ,
De um simples e tão leve toque de eu te amo,
E junto da sua nua, louca e pura verdade,
Nasce os caminhos trilhados rumo ao amor,
Tão intimamente de fato ligados primeiro,
A tudo que floresça ,e livre então se ame,
E sem mais dúvidas, nem calafrios de medo,
Enxergo assim muito além, dentro dos olhos,
O reflexo escondido da alma, que solta se abre,
Num brilho intenso que irradia e logo se vê,
Marcya Carrilles