TOCAR-TE...
 
Queria
  poder  nascer brisa,
por entre teus lábios.
Saciar-te  suavemente. 
Ser relva nas manhãs do teu olhar.
Ficar condensada no íntimo do teu coração.
Ser uma pequenina aljôfar que na saudade,
Escorresse por tua face delicada.
Ah... Como queria sentir teu bafejar,
tua boca sôfrega em respiração,
Sentir-te nos momentos
que te chamo no silêncio do pensamento...
Ser-te brisa nos vales de tua solidão...
Entre os instantes no cerrar do teu olhar.
Quando tu me visitas e tua boca declara-me,
No oculto teus segredos e medos.
Queria ser na montanha dos desejos,
o vento suave que te acalma.
Nos instantes que te sentes em delírios,
Queria-te ser brisa crepuscular,
Na ternura que te afaga...
Brisa marinha, teu corpo ondear
Em águas que te banham,
Gotas que te escorrem...
Em cada poro sorver-te
E tangenciar-te numa reta...
RETAMENTE te amar.