GESTOS
nunca me deixo dizer do afogamento
feliz que me arrebata
em teu ficar por perto.
cantar adoração
recitando pulsação espevitada
como em candomblé batucado
rodopiando estampas e saias
a tímida mordaça não deixa dizer...
só sei mostrar no perfume
dos lilases acariciando o vale dos lençóis
pra teu corpo trigueiro envolver...
e no jardim peneirando o sol
pra não crestar as buganvílias
que capturo sempre no apetite d’ olhar.
coleto cores e movimentos
diuturnamente fotografados
pra te ofertar em piscadelas
amantes enamoradas
de imagens pra te encantar
revelo-te com gestos
minh’ arte calada de amar.