Cronoilógico

Faz tempo que nunca amei ninguém assim,

Tanto tempo, quanto, recordar inda posso;

E a memória é um grande privilégio nosso,

Minha memória futura a vê junto de mim...

Faz tempo que nunca amei ninguém assim,

de antes do tempo que corruptos eram reis;

tempo em os homens eram regidos por leis,

em que os bons valores ainda valiam, enfim...

faz tempo que nunca amei ninguém assim,

claro que minha lembrança não será precisa;

tanto que a própria abstração se concretiza,

não cai a pancadas como o muro de Berlim...

faz tempo que nunca amei ninguém assim,

priscas eras muito antes da língua prolixa,

atrofiadas asas da alma presas à ideia fixa,

pensar que acabarias isso com, mero, sim...

faz tempo que nunca amei ninguém assim,

todo o que em vão, os humanos, gastamos,

e até o tempo porvir que ainda não usamos,

amor e eternidade, podem brindar! Tim tim!