A Palavra Mordida!
Mordi o último fonema da palavra
aventurei-me no sabor indelével do amor
não tinha roupa
nem sapato
na cara meu ato
grato
a palavra mordida
cantava o tom
meu ar não era o som
tudo soprava do esôfago
o sufoco era falar
o escândalo convicto
fez travessão silábico
e a pergunta gritava
gritava forte na minha cabeça
onde está o último som?
a resposta intrépida sussurrava
a palavra mordida não é incompleta
assim como o poeta
é só trans-for-ma-da...
o vento não ouve
a voz não divulga
o amor só precisa existir.
AMADA
ME
TRANSFORMA!