Doce Fantasma

Subitamente

No cruzamento de uma esquina

Vejo você

Doce fantasma

Que, repentinamente, volta a me assombrar

Sem mais, tornam-se necessários os diálogos

Aqueles que nunca tivemos nos momentos certos

Por orgulho, pré-julgamentos, imaturidade

Sei que o coração dispara

A mente trabalha

O corpo deseja

A mente recusa

Por detrás de um cumprimento

Existe a resposta dada

Mas também as entrelinhas

Que tanto dizem

Que dizem tanto

Até demais

E o vento assoprou-me

Um conselho, uma ideia, um palpite

Queria não ter escutado

Escutei, segui

Falamos bobagens ao pé do ouvido

Poucas palavras, é verdade

Fingimos indiferença, certa compreensão

Em vão

Pois o corpo revela os anseios

Os hormônios respondem por si

São irresponsáveis

Traidores, malditos

Um abraço dado foi suficiente para ignorar a razão

Os valores, minha reputação

O beijo dado foi também roubado

Tirou-me a sensatez, os valores, o juízo

Os pensamentos me perturbam

A confusão me faz chorar

André Jorge Bueno
Enviado por André Jorge Bueno em 22/11/2014
Código do texto: T5044804
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