Doce Fantasma
Subitamente
No cruzamento de uma esquina
Vejo você
Doce fantasma
Que, repentinamente, volta a me assombrar
Sem mais, tornam-se necessários os diálogos
Aqueles que nunca tivemos nos momentos certos
Por orgulho, pré-julgamentos, imaturidade
Sei que o coração dispara
A mente trabalha
O corpo deseja
A mente recusa
Por detrás de um cumprimento
Existe a resposta dada
Mas também as entrelinhas
Que tanto dizem
Que dizem tanto
Até demais
E o vento assoprou-me
Um conselho, uma ideia, um palpite
Queria não ter escutado
Escutei, segui
Falamos bobagens ao pé do ouvido
Poucas palavras, é verdade
Fingimos indiferença, certa compreensão
Em vão
Pois o corpo revela os anseios
Os hormônios respondem por si
São irresponsáveis
Traidores, malditos
Um abraço dado foi suficiente para ignorar a razão
Os valores, minha reputação
O beijo dado foi também roubado
Tirou-me a sensatez, os valores, o juízo
Os pensamentos me perturbam
A confusão me faz chorar