ENTRANHAS
Ando por meus cantos tão sem amor
me sentindo só no meio da multidão
coração vazio, olhos no chão
meu negro céu, paisagem sem cor
Sou baliza, estandarte da tristeza
na avenida o desfile do eu-sozinho
haverá destino ? haverá caminho ?
minh'alma vazia, em nada vê beleza
Perdoa poetisa, se meu canto corta
Hoje ele é lamina afiada
adaga em minhas entranhas cravada
Perdoa se minha dor já não suporta
alimentar esperança criada
em uma sina que não pode ser mudada