Ternura...

Quando tomei seu rosto em minhas mãos

tomei um copo da sua essência

Me desconheci tão ébrio e sem cadência

Tomei também entre meus dedos

todo o medo dos minutos seguintes

Seriam tristes?

Bebi também tuas roucas palavras

Despejadas num soluço baixinho

Me senti aquecido destas poucas falas

Sabe-se lá se não foram segredos

Sabe-se lá o que mora em teu peito

Nesse doce jeito

Me alimentei nestes poucos minutos

de sentimento mudo e pulsante

Éramos puros neste breve instante

e perdeu-se a conta das várias batidas

Destes corações sincronizados de pavor

O que dizer do calor?

Foram minutos eternos e rubros

em que me perdi no seu desconhecido

Estes segundos em tua boca pequena

Foram da cena que não posso mais apagar

E entre a próxima chance há tanto mar

Tanto e tanto e tanto mar...

Ricco Salles
Enviado por Ricco Salles em 19/11/2014
Código do texto: T5040621
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