Ternura...
Quando tomei seu rosto em minhas mãos
tomei um copo da sua essência
Me desconheci tão ébrio e sem cadência
Tomei também entre meus dedos
todo o medo dos minutos seguintes
Seriam tristes?
Bebi também tuas roucas palavras
Despejadas num soluço baixinho
Me senti aquecido destas poucas falas
Sabe-se lá se não foram segredos
Sabe-se lá o que mora em teu peito
Nesse doce jeito
Me alimentei nestes poucos minutos
de sentimento mudo e pulsante
Éramos puros neste breve instante
e perdeu-se a conta das várias batidas
Destes corações sincronizados de pavor
O que dizer do calor?
Foram minutos eternos e rubros
em que me perdi no seu desconhecido
Estes segundos em tua boca pequena
Foram da cena que não posso mais apagar
E entre a próxima chance há tanto mar
Tanto e tanto e tanto mar...