Evidente, os sonhos metem medo
Eu não tento te esquecer
posso brincar com os sonhos
inventar mil pecados, imaginar
passear de mãos dadas... fazer amor.
Evidente, os sonhos metem medo
não me devolvem a esse amor
são curtos, viciados, contínuos
assombram quando desperto...
Sinto a saudade sufocada, maciça, inteiriça
uma fugida ao tempo adentra aos pensamentos
dentro de mim, as lembranças avançam, meditam
não deixam espaço para escape desse inefável amor.
O olhos, inibidos, sem clima de festa, se fecham
não choram, guardam segredos duma louca paixão
despertam vendidos de sonhos carregados de carência.
Eu não tento te esquecer, amanso os bel-prazeres
animada, a tristeza se diverte soberba, á sua moda
com os laços mexidos dos passados sofrimentos
brinca, inventa sonhos, reluz mil pecados.
A saudade aperta, afeta a bloqueada alegria
majora o fastio, o entusiasmo submerge
o sorriso convocado, insipidamente se arrasta.
Esse amor de lume oprimida, se afasta
não tem jeito de assumir o sucesso desejado
como o reino presente da intimidade absoluta
exercido pelos cantos envolventes dos fecundos amantes.
O conflito alongava os sonhos comprometidos
fazia os olhos se curvarem diante dos ousados pensamentos
os sonhos, continuam, curtos, sucessivos... metem medo.