Evidente, os sonhos metem medo

Eu não tento te esquecer

posso brincar com os sonhos

inventar mil pecados, imaginar

passear de mãos dadas... fazer amor.

Evidente, os sonhos metem medo

não me devolvem a esse amor

são curtos, viciados, contínuos

assombram quando desperto...

Sinto a saudade sufocada, maciça, inteiriça

uma fugida ao tempo adentra aos pensamentos

dentro de mim, as lembranças avançam, meditam

não deixam espaço para escape desse inefável amor.

O olhos, inibidos, sem clima de festa, se fecham

não choram, guardam segredos duma louca paixão

despertam vendidos de sonhos carregados de carência.

Eu não tento te esquecer, amanso os bel-prazeres

animada, a tristeza se diverte soberba, á sua moda

com os laços mexidos dos passados sofrimentos

brinca, inventa sonhos, reluz mil pecados.

A saudade aperta, afeta a bloqueada alegria

majora o fastio, o entusiasmo submerge

o sorriso convocado, insipidamente se arrasta.

Esse amor de lume oprimida, se afasta

não tem jeito de assumir o sucesso desejado

como o reino presente da intimidade absoluta

exercido pelos cantos envolventes dos fecundos amantes.

O conflito alongava os sonhos comprometidos

fazia os olhos se curvarem diante dos ousados pensamentos

os sonhos, continuam, curtos, sucessivos... metem medo.

Cromeu
Enviado por Cromeu em 17/11/2014
Código do texto: T5038171
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2014. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.