Pra esconder o pranto

Muitas são às vezes que rio

para esconder o pranto.

Muitas são às vezes que canto

só para espantar a solidão.

Muitas são às vezes que grito

para abafar o soluço.

Quantas vezes puxo o véu do esquecimento

pra tentar te esquecer.

Quantas vezes traço esboços

para encontrar uma saída.

Quantas vezes me pego falando com o vazio.

Quantas vezes lanço palavras ao vento,

que voltam mansamente se apoderando de mim.

Quantas vezes choro baixinho

sem ninguém pra me ouvir.

Quantas recordações se apoderam do meu coração.

Furtivas lembranças teimam em ficar num gesto de carinho

e se aninham em minh’alma.

SP/08/12