Os olhos vivos, sonham, não se silenciam
Faz tempo... nada mudou, plantado nesse estado
não consigo fechar os olhos, cair fundo no sono
com vontade depravada espalhada no sofrido corpo
desmaiar de verdade, um autêntico “sabacu-de-coroa”.
Ando meio jururu... Nada assanha nem chama sonhos
os pensamentos conhecem de sobra as tortuosas manias
o passado e cada instante da minha esfera essência
sentem, na verdade, a energia esmera vinda do fruto coração.
A capacidade de refletir
forra a ausência absurda
de animação confusa, objeto
do estado visível, sem dó
do amor, pleno, absoluto.
Ao entender os sentidos entorpecidos
a mente apertada, adormecida, falida
pesquisa na carência movida de imprecisões
o aborto do amor entregue, aos insones pensamentos...
E, nos sustentos, sacados dos elevados devaneios
arranjados, na vontade subentendida existente no coração
influenciados pelos inúmeros desejos vindo dos inacabados sonhos
esse amor cabisbaixo, distante de regras, anseia ser logo abatido.
Os olhos vivos, sonham, não se silenciam
não se atrelam, nem se abonam, não se completam
sensíveis, continuam a serem intrusos abelhudos
retesados a uma marcha arrastada sem acabamento.
Faz tempo... nada mudou, plantado nesse estado
não consigo, fechar os olhos, cair fundo no sono
ir ao extremo do pico da profundidade dormente...
E, até mesmo, quando a noite se vai
a madrugada desnorteada não me acolhe
os sonhos, ficam tristes, nem se fantasiam.
Não posso ir adiante como se fosse conto de fadas
a verdade presa, á minha frente, vigia os meus olhos...