IMACULADA...
ELA
Bebo o sabor do fel, com muita amargura
por ter sido ingênua a te esperar...e pura!...
Pois a ingenuidade da minha pureza, não te basta!...
Ainda assim, pra qualquer boca ou mão, eu hei de por limite;
jamais pra o sexo, despertarão em mim o apetite;
pois ainda pretendo me entregar-te...casta!...
ELE
Mas por onde andavas, se procurei-te por vários dias,
ainda bem antes de saber se tu existias;
se procurei-te em cada uma com quem “transei” ; em vão?...
Pois nenhuma delas parecia ser o par perfeito;
depois da “transa” o sonho era desfeito;
o que deveria ser amor; nada mais era, do que...tesão!...
ELA
Estive eu diante de ti, dias após dias, tão presente;
(o que os olhos não veem, o coração sente)
minha intimidade te expus (sem pudor) não nego...
Todo o tesão que de mim tomava conta, eu reprimi;
pois, era pensar em sexo e me lembrar de ti...
Não sei como pode existir alguém assim tão cego!...
ELE
Sou réu, confesso, pois sem que tu tomasses conhecimento,
eu te despia, só em pensamento;
te desejando, como jamais desejei uma outra pessoa!...
Pode me condenar se assim quiseres;
mas, fisicamente, eu te amava, amando outras mulheres;
amada minha, sou réu-confesso; peço, me perdoa...
ELA
Se assim é, acaba logo com este meu “jejum”;
Ele
és meu alimento do dia-a-dia; o meu desjejum...
ELA
Vem, mas com carinho; e muita sensatez...
Percorre com tuas mãos essa pele macia e sedosa;
me “devora” e comigo goza;
pois mantive-me casta, pra ter contigo, minha “primeira vez!”...
(GERALDO COELHO ZACARIAS)