BORBOLETAS SILVESTRES

Sou o Diabo retido sob a cútis

Cintilante cereja aprisionada na temperatura do peito

Ruínas do credo sem fôlego na imundice

Prantos abaixo dos flashes dos fogos artificiais que desconheço

Mostrem-me o balançar das árvores silvestres no vento

E como a chuva fecunda as sementes das maldições ao som das trovoadas

Diz-me que incertas seriam as manhãs sem as madrugadas

Mostrem-me o que precisamos para sermos humanos

Que neste mundo o relaxar carece muito trabalho

E, as formas dos “comos” não pertenceram as borboletas silvestres que fomos

Se ao poder de sentir a relva, num carinho eu me encontrasse,

Abriria meu peito por querer voar suave

Cultivaria o que não tive para saber se importa

E visando marcante passagem, espiaria da Porta.