Os sonhos de poetas

O olhar curvado, extravagante, melancólico

nem contempla a presença da felicidade

no meio dos inexprimíveis pensamentos.

Num breve espaço vazio da mente

a liberdade alheia ao confuso tempo

adverte a vida, para observar, o estado tortuoso

das investidas exercitadas, no meio, dos sonhos passageiros.

Cético, comete importunáveis pecados

remoroso ao lidar com os traços da vida

não atrai estrela e se mói por dentro.

Num disfarçado, quieto e isolado canto

chega ao ouvido, uma antiga bela canção...

De imediato, o som, inspira o coração

a pedir a presença intensa da saudade

sem nem mesmo dar tempo ao tempo

atira-se nas lembranças... lágrimas escorrem.

E, como um menino abstrato, desprotegido

não se entusiasma, nem espera a hora dos sonhos chegarem

só lhe cabe adormecer em picantes prantos.

Saudoso, se apequena nos sonhos embutidos

“ligeiramente passageiros”, agridem em coro

de maneira invasiva o enfadado coração.

Aos poucos, a tristeza doma, toma conta, se acomoda

vai se afastando em miúdos e influentes pensamentos

os sonhos, a caminho se ajustam, aos gestos nobres

e, alimenta, sustenta na cabeça, as fantasias de poetas.

Cromeu
Enviado por Cromeu em 12/11/2014
Reeditado em 13/11/2014
Código do texto: T5032863
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2014. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.