Os sonhos de poetas
O olhar curvado, extravagante, melancólico
nem contempla a presença da felicidade
no meio dos inexprimíveis pensamentos.
Num breve espaço vazio da mente
a liberdade alheia ao confuso tempo
adverte a vida, para observar, o estado tortuoso
das investidas exercitadas, no meio, dos sonhos passageiros.
Cético, comete importunáveis pecados
remoroso ao lidar com os traços da vida
não atrai estrela e se mói por dentro.
Num disfarçado, quieto e isolado canto
chega ao ouvido, uma antiga bela canção...
De imediato, o som, inspira o coração
a pedir a presença intensa da saudade
sem nem mesmo dar tempo ao tempo
atira-se nas lembranças... lágrimas escorrem.
E, como um menino abstrato, desprotegido
não se entusiasma, nem espera a hora dos sonhos chegarem
só lhe cabe adormecer em picantes prantos.
Saudoso, se apequena nos sonhos embutidos
“ligeiramente passageiros”, agridem em coro
de maneira invasiva o enfadado coração.
Aos poucos, a tristeza doma, toma conta, se acomoda
vai se afastando em miúdos e influentes pensamentos
os sonhos, a caminho se ajustam, aos gestos nobres
e, alimenta, sustenta na cabeça, as fantasias de poetas.