Agora
Agora, por estes dias tão atípicos,
te amo da maneira mais desconhecida,
sem saber o tanto, e tampouco de quando.
E agora te amo tão urgente que parece desde sempre,
parece desde antes do próprio amor.
Agora eu vejo tão próximo
a ambigüidade intensa entre a euforia e o medo,
um duelo que parece não caber na alma,
e aflora na pele, navega nos olhos.
Tudo porque você mudou-se pra dentro de mim.
E já não caibo no corpo com destreza
e nem saio de mim com certeza.
A certeza fugiu no silêncio dos teus passos.
Agora, quando se aninha no meu corpo,
peço para os meus pecados todos os perdões,
peço silenciosamente ao tempo,
o tempo que for possível morar no seu abraço,
nele me refaço e me desconheço
na melhor versão de mim até agora