"Flor de pimenteira"
Enquanto a saudade acera, a cabeça disfarça...
Embora as lembranças aquentem os pensamentos
os espaços para se desenvolver traços da presença do amor
não é suficiente para amaciar o coração em agonia.
Claro, não reclame, mas, chore se tiver vontade
esteja com as lágrimas preparadas para o sustento da dor
no canto sozinha, envolva o amor num sonho breve
e sinta o gosto da saudade chegando como mel atrevido.
É difícil a saudade não se apegar ao estreito coração
o sonho não acaba se a presença do amor é bem lembrada
e, o caminho da volta, colado, ao esteio dos pensamentos.
Não espere forças para esquecer um grande amor
o coração pena quando a perda se concretiza, vai embora
pode até derramar lágrimas no desespero da saudade
deslembrar, não há remédio, ainda, capaz de tamanha façanha.
Se no clamor da essência da inquieta saudade
o amor não se manifestar como lembranças inefáveis
serão inúteis ao coração, consolo, com palavras afetivas.
O amor pode vir a acontecer por mero acaso
a vida, cuide com carinho, não desanime, proteja
os sonhos, relutam, desenvolvem espaços, progridem...
O privilégio de permanecer sublime, “flor de pimenteira”
somente o coração, consente, á luz da esfera do amor
deixar passar, o brilho, dessa fonte, ardida, extravagante.