A PRAIA

A duna tem a curva macia de teu seio

e idêntico frêmito

na areia que o vento acaricia.

Do outro lado, o esconderijo

onde o sol, apenas, vigia.

O mar rumora dentro da concha azul.

Impudicamente nos amamos

sobre a colcha de areia

na manhã clara e pubescente.

Somos dois animais em delicioso cio,

sem tempo de cânticos

nem de românticas ternuras

na pressa do amor

e no temor da espreita,

num silêncio acumpliciado

em que eu mal respiro,

em que tu mal respiras...

E no tremor do gozo, penso

que entre uma onda e outra,

sobre a praia,

devem amar-se assim

as tatuíras...

Waldy Würdig
Enviado por Waldy Würdig em 10/11/2014
Código do texto: T5029459
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