Os bichos e os homens
Entre a paz e a desavença
Na mata caminham os bichos
Em respeito à cadeia alimentar
Às vezes pra longe andam
Para manter-se vivos a emanar
Entre os humanos só se vê violência
É cobra comendo cobra
Engana-se quem diferente pensa:
- Dane-se o mundo, sou gente,
Mas não sou João nem Raimundo,
Vale o que está em minha mente
Não se pensa grande pra viver
Sem aferição do inconsequente
Por isto queria ser bicho do mato
Que entre larvas e carrapatos
Respeitam-se mutuamente.
“Seja revolucionário” aconselha
O Papa Francisco, que do Vaticano
Para o mundo, com suas homilias profundas
Insiste em fazer-nos pensar seriamente.
O ciclo está fechado, entre o cedro e o machado
Nem tudo está acabado
Resta uma gota de esperança
A incutir nas crianças um futuro humanizado.