CÃO SEM DONO

Se trago o dom das letras, não sei

Porque ainda a Deus não perguntei

E nunca que vou perguntar

Mas seguirei usufruindo delas

Falando de moças nas janelas

Longe, muito longe a olhar

Que bom se temos o dom das letras

Pra falar de luxos ou de sarjetas

Prefiro falar de mesas e talheres

Inebriado de caros perfumes

Onde rolam nesgas de ciúmes

E de fofocas entre mulheres

Eu não sinto absolutamente nada

Sou cão perdido na madrugada

Um sonhador de banco de praça

A senhora que está passando aí

Dê uma chegadinha até aqui

Senta ao meu lado e me abraça!

Escrito as 20:11 hrs., de 05/11/2014 por

Vainer de Ávila

NELSON RICARDO
Enviado por NELSON RICARDO em 05/11/2014
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