CÃO SEM DONO
Se trago o dom das letras, não sei
Porque ainda a Deus não perguntei
E nunca que vou perguntar
Mas seguirei usufruindo delas
Falando de moças nas janelas
Longe, muito longe a olhar
Que bom se temos o dom das letras
Pra falar de luxos ou de sarjetas
Prefiro falar de mesas e talheres
Inebriado de caros perfumes
Onde rolam nesgas de ciúmes
E de fofocas entre mulheres
Eu não sinto absolutamente nada
Sou cão perdido na madrugada
Um sonhador de banco de praça
A senhora que está passando aí
Dê uma chegadinha até aqui
Senta ao meu lado e me abraça!
Escrito as 20:11 hrs., de 05/11/2014 por
Vainer de Ávila