Apologia
Deixei os versos soltos em um papel
e vi ganhar vida o que não mais tocaria o céu
num bailar estranho
palavras subiam e desciam
tentando me atormentar
era só o outro lado
E minha caneta
tinha sensor
para a dor
em meu peito fazia apologia ao teu sorriso
de um modo sombrio
eu me agarrava ao último suspiro
um prazer mórbido nesse querer
lágrimas se permitiam e faziam apologia ao teu sorriso
Vi queimar o papel, a caneta e o peito...
Vi acender a luz
do engano
Vi queimar o sonho e os planos
Em apologia ao teu sorriso
um verso pequeno, uma letra longa
um poema sem graça
apenas um indriso