O difícil adeus

Quis eu apenas gravitar em teu entôrno

ver teceres tuas imagens, lentamente e longe

ao menos

me bastava

naqueles instantes

com os olhos

cheios d'água

e de você.

No entanto

indiferente

dançavas

teus sonhos

destruía(m) (s) ilusões

e com teu corpo-pássaro

atravessavas continentes

insensível à tempestade que se abatia

na ilha onde me deixaste.

Tua imagem primêva, queria eu resgatá-la

a qualquer custo (Deus me livrou da cola (de sapateiro*))

em vão....

em inúmeros momentos,

somente com meus pensamentos,

busquei materializar-te

e, após longas tentativas

já sem fôlego, (meu pensamento voava! (em caracol))(o corpo clamava serenidade) (tempestades (com relâmpagos) atravessavam meus céus)

restou-me apenas,

em terra (então encharcada)

amparar-me sob

um para-raios

esperando a bonanza

que,

ciclicamente, o tempo

haveria de trazer

esperando o germinar

de antigas sementes

inda guardadas dentro de mim

ora regadas por meus prantos.

Obs.: Cheirar cola de sapateiro proporciona lembranças quase que palpáveis.

Daniel Biancalana
Enviado por Gersio em 03/11/2014
Reeditado em 23/01/2015
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