POETA

Eu queria ser poeta
Só para cantar a minha dor
Lá onde infiltram-se meus ais
Em cálidas e ternas  agonias

Deixar a lágrima que atenta
Brilhar como chama n'olhar,
Quando o riso é meu segredo
E transcende alem da minh'alma

E o que dizer se canto?
Se de amarguras me detenho
No riso me assombro,
Quando a dor me enleva a alma?

Sou peregrina dos meus sonhos
Das ilusões sem esplendor
Onde mora a insensatez
Em anseios que desconheces

Ah!! amargo é o pranto
Que dos lábios profana o mel
Insensato é o poeta
Que faz da dor, versos de amor