O nobre mendigo
Não faça violência ao meu amor,
É brando, manso isso não se faz;
Tudo bem, do seu jeito é lutador,
Jeito que merecia o Nobel da paz...
Pois, só luta desistindo de desistir,
E contrariado mantém esperança;
Ainda que desengano e seu elixir,
Tentem matar essa frágil criança...
Alimenta-se autofágico para viver,
Já que vida lhe sonega o seu par;
não precisa de ter outro, para ser,
Todavia, precisa, pra desabrochar...
Por enquanto dorme o sisudo botão,
Espera, acredita que primavera vem;
que curiosidade tocará outro coração
e quererá saber que cor a pétala tem...
ela sabe, só se expondo que descobre,
e agora é primavera no hemisfério sul;
meu amor plebeu tem um quê, nobre,
com cor de sangue, mas, é sangue azul...