Em surdina
Olhos em surdina.
Neblina...
Fios d’água no caminho,
inclino-me,
quero decifrar
os pergaminhos da jornada.
As estrelas me seduzem,
e busco tua única luz
nessa imensidão amada.
Mas nada desvendo nos linhos
que envolvem esse pão vivo...
e me perco nesse ninho.
E só consigo chamar-te ao vento,
e aumentam as dunas da alma
no pensamento....
Queria esse canto entoado,
em surdina, sem neblina,
em selo de anjo rosa
como um milagre
do meu templo.
(Direitos autorais reservados - Lei 9.610 de 19.02.98)