Descansa em Meus Braços

Que felicidade senti hoje ao sonhar-te em mim,

Descansavas em meus braços tão frágil e leve,

Adormeceste descansada e serena a meu lado,

E eu fiquei estarrecido e especado só a olhar-te,

E as horas foram passando bem devagarinho,

E como eu queria perpetuar esses momentos,

E contá-lo em poesia a toda a gente do mundo,

Que vontade incontida em gritar que Te Amo,

E continuavas a dormitar em nosso ninho de amor,

Confundia-te tão alva com os lençóis brancos,

Ora por entre eles se descobria uma perna tua,

Ora se encobria de mim o teu pequeno seio altivo,

E eu ficava impávido e feliz nesse jogo de escondidas,

E tal como um anjo celestial caído das estrelas,

Ali permanecias radiosa e bela como mais ninguém,

E o perfume que o teu corpo exala tão frutado,

Hoje durmo com a mulher que tanto amo e venero,

Juntamente com a Primavera que ela faz despontar,

O jardim frondoso que se espraiou naquele quarto,

A luz magistral que incide na tua face flamejante,

Que sempre me seduziu incondicionalmente,

E nesta noite sagrada ainda mais evanescente,

Com o teu rosto quimérico eu me deparei rendido,

E cada vez que repetia o meu olhar em Ti,

Mais bela te achava e mais ainda te desejava,

Perdi-me vicioso nas tuas curvas elegantes,

Um chamamento lascivo logo me insurgiu,

Em abrir o presente que eras Tu em fogo,

Ali disposto ao meu toque e acariciar terno,

Derretendo o meu coração a Ti rendido,

Sou e serei teu minha rainha entronizada,

E parecias sonhar entretanto sorrindo,

E eu incorporava esse mágico sorriso teu,

Enfeitava com ele a minha alma fascinada,

E não parava de te ouvir respirar tão calma,

Imaginava-me ar ofegante por ti inspirado,

E a percorrer teu âmago em pleno viver,

Diluir-me em ti numa bênção triunfante,

Ainda mais juntos e unidos do que há pouco,

Quando aqueles mesmos lençóis testemunharam,

O nosso derradeiro entrelaçar libidinoso,

Que consumara a nossa louca paixão,

Na arte de transcrever na fome de carne o amar,

O verbo amar que me ensinaste no teu doce beijar,

E o sol nascia lá fora enquanto eu te cobria as costas nuas,

Sob os mesmos lençóis repousavas solene e iluminada,

E eu não me cansava de te viver sofregamente em tudo,

E eu esperei que acordasses para te abraçar novamente.

Paulo Gil
Enviado por Paulo Gil em 30/10/2014
Código do texto: T5017364
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2014. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.