Descansa em Meus Braços
Que felicidade senti hoje ao sonhar-te em mim,
Descansavas em meus braços tão frágil e leve,
Adormeceste descansada e serena a meu lado,
E eu fiquei estarrecido e especado só a olhar-te,
E as horas foram passando bem devagarinho,
E como eu queria perpetuar esses momentos,
E contá-lo em poesia a toda a gente do mundo,
Que vontade incontida em gritar que Te Amo,
E continuavas a dormitar em nosso ninho de amor,
Confundia-te tão alva com os lençóis brancos,
Ora por entre eles se descobria uma perna tua,
Ora se encobria de mim o teu pequeno seio altivo,
E eu ficava impávido e feliz nesse jogo de escondidas,
E tal como um anjo celestial caído das estrelas,
Ali permanecias radiosa e bela como mais ninguém,
E o perfume que o teu corpo exala tão frutado,
Hoje durmo com a mulher que tanto amo e venero,
Juntamente com a Primavera que ela faz despontar,
O jardim frondoso que se espraiou naquele quarto,
A luz magistral que incide na tua face flamejante,
Que sempre me seduziu incondicionalmente,
E nesta noite sagrada ainda mais evanescente,
Com o teu rosto quimérico eu me deparei rendido,
E cada vez que repetia o meu olhar em Ti,
Mais bela te achava e mais ainda te desejava,
Perdi-me vicioso nas tuas curvas elegantes,
Um chamamento lascivo logo me insurgiu,
Em abrir o presente que eras Tu em fogo,
Ali disposto ao meu toque e acariciar terno,
Derretendo o meu coração a Ti rendido,
Sou e serei teu minha rainha entronizada,
E parecias sonhar entretanto sorrindo,
E eu incorporava esse mágico sorriso teu,
Enfeitava com ele a minha alma fascinada,
E não parava de te ouvir respirar tão calma,
Imaginava-me ar ofegante por ti inspirado,
E a percorrer teu âmago em pleno viver,
Diluir-me em ti numa bênção triunfante,
Ainda mais juntos e unidos do que há pouco,
Quando aqueles mesmos lençóis testemunharam,
O nosso derradeiro entrelaçar libidinoso,
Que consumara a nossa louca paixão,
Na arte de transcrever na fome de carne o amar,
O verbo amar que me ensinaste no teu doce beijar,
E o sol nascia lá fora enquanto eu te cobria as costas nuas,
Sob os mesmos lençóis repousavas solene e iluminada,
E eu não me cansava de te viver sofregamente em tudo,
E eu esperei que acordasses para te abraçar novamente.