Cuidar-te-ei no Pôr do Sol dos Tempos
Cuidar-te-ei no pôr do sol dos tempos
e caminharemos por passarelas de flores
e nossos olores com olores almiscarados
das lembranças dos brejos da infância.
Sentaremos naquele banco da paineira
e ali até nossos cabelos forem paina
e nossos espíritos tornarem-se um
nas lembranças feitas em nossos livros.
Contaremos estrelas rentes à brisa de verão
e nosso beijo no bafo quente do cosmos
e nossas sementes germinando, florindo
nas insistências oníricas de nossas vidas.
Cuidar-te-ei no pôr do sol dos tempos
e vislumbraremos o arco-íris redentor
após a chuva que regou o nosso amor
e regou as plantas sensíveis dos corações.
Sentaremos de mãos dadas na nossa velhice
e cantaremos cantigas antigas de outrora
e adormeceremos no abraço feitiço da lua
que prateia teus olhos castanhos de mel.