Eterna Procura
Ando por aí, procurando minha metade,
Escondida, talvez perdida
Num pedacinho de saudade.
Lembro dos olhos castanhos,
Que ao fitá-los sentia-os tão meus.
Mas sem coragem para escrever,
Aquele passado em branco ficou
Por medo, receio ou covardia,
Apenas sei que joguei,
A folha da vida ao vento
E só hoje me dei conta.
Depois dos longos anos idos,
De primaveras e outonos vividos,
Com a solitária lágrima rolando,
Embaçando a visão dos teus olhos lindos
Como tantas e tantas vezes lembrei
Percebi,
No reflexo do velho espelho,
Que no fatídico instante
Que a maldita folha criou asas, selei
La soledad de mi corazón !
Mazé Carvalho