Nômades no deserto

Maria Antônia Canavezi Scarpa

O que nos levam a perseguir os sonhos

é o poder que temos de nos transpor

para um longe demais, quando estamos sozinhos

E tão distantes ficamos que adormecemos

nas dunas beges do deserto

tão perto das serpentes

Nessa aridez, sabemos que as noites

todas elas serão selvagens

e nômades nós nos perderemos

por essas paisagens rudes e eternas

Até onde possamos dividir

os sonhos entre o coração e a alma

Seguiremos beijando com o olhar

essa natureza eterna

acompanhando as tempestades de areia

que levam nossos rastros para um longe

e se apagam

Estaremos onde o sol afasta as areias

ainda mais distante das águas

e sob seu calor escaldante

nos ensina a descobrir outros mistérios

onde os abutres não poderão pousar

Solitários, pensaremos em como

aplacar a sede nesse lugar etéreo

já teremos chorado demais e bem amargamente

quando o cheiro do oásis aumentar

para bebermos a felicidade

Durante esse algum tempo

desenterraremos o silencio

pra que irrompa junto com o brilho das estrelas

até transformar cada segundo

em uma lenda

Uma verdade que ainda não descobrimos ainda

é se o deserto nos acolherá para sempre

se nos ajudará suportar os ventos

e na sua fúria ouviremos e aprenderemos

que nada sabemos de distância

E como nômades, errantes

o longe é um lugar que não existe

mas sem uma fonte...uma água

não teremos como sobreviver

As dunas nos escondem sem querer...

Tília Cheirosa
Enviado por Tília Cheirosa em 25/05/2007
Código do texto: T501402
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