MALÍCIAS...

MALÍCIAS... ( I )

Ao ver-te passar por aquela

rua, da minha janela;

abateu-me um estranho sentimento

que eu não pude contê-lo:

desarrumava o teu cabelo

o audacioso vento!...

A brisa soprava de leve;

como é que se atreve,

sem que ninguém ponha freios?...

E então assim alisa

a audaciosa brisa

(que inveja!...) os teus seios!...

Mas...meu Deus que atrevimento

desse audacioso vento

que me deixa inquieto;

e desperta, enfeitando toda a rua,

com a parte mais íntima tua;

meu desejo mais secreto!...

Ó vento que trazes o perfume que me deleita

dessa criatura que a rua inteira enfeita;

faz (pelo amor de Deus) um favor:

não me faças passar por esse tormento;

(e a ela constrangimento)

se não posso ter seu amor!...

Ao ver-te passar por aquela

rua, da minha janela;

abateu-me um estranho sentimento:

ter para mim o mais lindo adorno

da rua (do teu corpo o contorno)...

Ah!...como é cruel o vento!...

MALÍCIAS... ( II)

Na praia, Maria se deleita;

para bronzear-se se deita

sobre de areia um lençol...

A!...ao ver tão bela vista...

Não sejas tão egoísta

querendo-a só para ti...ó sol!...

Maria toma um "refresco"

enquanto que um ar fresco

empurra a onda que a cobre como um lençol...

No ar se espalha um perfume tão gostoso

que provoca este tão malicioso

e tão egoísta sol!...

Maria dá um suspiro

(meu Deus) de longe aspiro

(enquanto invejo de areia o lençol);

seu hálito ofegante

enquanto que lá distante

se ri de mim...cruel sol!...

Maria, tu não precisas

da areia; do mar de brisas

e muito menos do sol...

Se queres para o teu corpo um bem,

ouve um conselho e vem

pra debaixo do meu lençol!...

MALÍCIAS... ( III )

Me rendo à tua beleza...

Fenômenos da natureza,

quisera ser...que tormento

que esse desejo provoca;

não poder ser esse que te toca,

tão privilegiado vento

que espalha teu perfume como aerossol

depois de aquecer-te o sol;

a inebriar-me o pensamento!...

Ao ver-te passar por aquela

rua, da minha janela;

cá, dentro do meu mundo; (o meu retiro)

quisera ser o chão que pisas;

enviar-te através de leves brisas,

os desejos que mais aspiro;

e antes que de amor meu corpo se expluda;

tu estando então desnuda;

de tesão, arrancar-te suspiro!...

Maria, por que será que não assumes;

não precisas de perfumes;

nada se iguala ao odor

teu, em toda a natureza;

nada se iguala à tua beleza;

ou está acima do teu valor...

Se queres para o teu corpo um bem,

ouve um conselho e vem

desfrutar do meu amor!...

(GERALDO COELHO ZACARIAS)

Coelho Zacarias
Enviado por Coelho Zacarias em 25/10/2014
Código do texto: T5011946
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