A ALMA QUE AMA
Os lábios úmidos e vermelhos
Abrem-se lívidos e amolecidos
A carne insana treme convulsa
Acalma-se no beijo ensandecido
Os mamilos doces e macios
As pernas sobre as coxas retesadas
A ulha molhada e exposta, espera
Como se uma oferenda fosse
A fenda fecunda se aparta
Ao receber o amor enfurecido
A alma fêmea se contrai, se estua
Divide o gozo, num só gemido!
É a alma que ama, o corpo transa
Pois tudo rola nas ondas do sentido
Os corpos ofegantes logo se separam
Os seres, pelas almas, seguem unidos!