Meu amor...

Meu peito está atrelado ao desalento

É de uma dor deveras acumulada

Foste-me a quimera ao meu relento

Tão quanto as minhas asas imaculadas

Desta triste cena não mais a pinto

Quero os estampidos perto do meu corpo

Que entreabro aos gritos e aos gemidos

Tal qual a genitália desse espinho morto

E não deves gostar-me nem um pouco

Pois sou "anjo no nome, Angélica na cara"

E fui aos teus desejos mais barrocos

Tanto quanto fui o teu vício e a tua tara

Não me vejas como anja, eu te digo:

_Pois sou o demônio manifestado

Não me faças nada ou te bendigo

Que me faças tudo em nós atados

NOTA: "anjo no nome, angélica na cara"

(Citação de Gregório de Matos)

Kathmandu
Enviado por Kathmandu em 23/10/2014
Código do texto: T5009292
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