Mordaças de amor
Cálida corda que amordaça o meu falar,
O falar dessa face que não tem cor,
A face que insiste em te querer...
Minhas palavras rangem em meu peito...
A dor do não revelar-se...
A dor da amizade...
Dia a dia sonho com seu olhar, algo que me desse à chave...
Que me indica-se o caminho,
E mais uma vez me encontro sem carinho e cálido...
Minhas lágrimas se revoltam nesse vinho noturno,
No vinho que comprei para ti...
E sem querer o bebi...
Oscilando entre o ouvir-te e o sentir de sua vida...
Recuso-me a olhá-la sem me seduzir,
Sem sentir a mulher que insiste em ser...
E mais uma vez, o vento frio me leva para casa,
Um forte frio que recolhe a lua...
E eu me pego a te desejar,
Voltando de sua casa...
E grito a dor...
Mas você só escuta meus passos se distanciando...