Não Queria Acreditar
Não queria acreditar no que me tinha acontecido,
Naquele dia singelo em que sofria entristecido,
Vi-te surgir no horizonte ofuscando tudo e todos,
À tua passagem soltaram-se belas flores de lótus.
Não queria acreditar nesta diva encantada luzidia,
Onde agora nos seus lábios bebia o néctar da vida,
Enfeitiçado fiquei receando a tua derradeira caricia,
Nos teus doces braços me embalas de paixão servida.
Não queria acreditar no que os teus olhos me diziam,
Que a paz e a felicidade em sonhos de amor venceriam,
Olhar enigmático terno e meigo que me alimenta o desejo,
De conseguir um beijo teu minha donzela num lampejo.
Não queria acreditar na pureza emanada do teu corpo,
Objecto do meu louco desejo por tocar-te em devaneio,
O delírio que dele transparece em formusura tão fina,
Ai como queria perder-me e só ter como farol tua pele.