CANTO EM ÁRIA
Ysolda Cabral
Canto triste em desencanto,
de desafinado e lúgubre canto,
no tênue espaço alquebrado,
cantando em ária o meu pranto.
Do nada recolho sons e versos
e se deles faltarem pedaços;
dedilho acordes em reversos,
com muito cuidado e sem laços.
Verso o impossível a sério,
do que trago no avesso de mim,
há muitos e muitos séculos.
Viver eu vivo, mas não nego
que melhor seria chegar ao fim,
posto que viver sem você já não quero.
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Praia de Candeias-PE
Agonizando em pleno verão
14/10/2014