O deserto
O crepúsculo...
meus olhos tristes com veemência,
vislumbram neste instante
o meu coração em decadência.
Aurora eterna...
céu de profundo encanto.
A alegria se desvanece,
frente meu veraz pranto.
Nuvens de júbilo...
não mais existem.
Em extintos campos,
árvores de agonia sobrevivem.
Nestas terras longínquas....
prisioneiras da solidão,
perdido estou a me indagar:
- o que há com meu coração?
Após longas jornadas,
tantas derrotas,
a felicidade é um sonho distante...
uma esperança morta.
Mas surge diante de mim,
para incentivo de meus pés hesitantes,
um ponto de lampejo no horizonte,
a fascinar meus pensamentos sufocantes.
Sinto que estou longe...
de meu sonho descoberto.
Correndo estou, mas
o ponto ainda não está perto!
Loucamente sigo,
nesta busca desvairada.
Ao longe... posso contemplar,
o ponto na terra empoeirada.
Ainda está distante...
não sei se conseguirei.
Se ele desaparecer,
já não sei o que serei.
Passos ininterruptos...
loucos para admirar.
Agora estou perto:
- o que será?
A aurora desaparece frente o novo dia...
minha mente está entretida.
O ponto era você -
oásis no deserto de minha vida.