Elo

Quando ela abriu sua porta, ficou frente a frente com ele, seu coração não sabia onde batia, não tinha palavras por não esperar aquela grata surpresa, ele empalideceu-se tentou balbuciar alguma coisa e não conseguiu.
Sabiam que era a hora de encostar-se na parede até se refazerem do susto, respiração ofegante, suor no rosto e paz no sorriso, um abraço longo e em silencio, tanto tempo, tantos anos... Ele dizia que havia revirado o mundo só para encontra-la
Tao inesperado e desejado momento!
As palavras foram chegando, duvidas, anseios tudo se ajustando.
Aquele passado lhe parecia mais promissor que o presente ou qualquer rumor de futuro.
As lembranças tão afinadas e um “deixa eu sentir o calor dos seus lábios!” ... era só um pretexto para beija-la novamente.
...Era como se o tempo tivesse parado naquele beijo, os lábios gelados decorrentes do frio daquele inverno, as folhagens pendiam com o orvalho transformado em gelo... Parecia que tudo (re) começava de onde parou. Frase a frase ela o redescobria, ela imaginava suas mãos escrevendo cada letra de sua poesia e sorria, lembrando que ele dizia que as mãos era o que tinha de mais belo, sem a consciência do quanto ela o amava por inteiro...
O verde intenso de seus olhos confundia-se com a paisagem nova e a prendia de novo, e o ciúme já não existia ele e ela já estavam certos do que queriam
Agora, ela fala com ele, com a maturidade de quem já conhece o peso das palavras, e sabe que o futuro não é promessa, mas que, sobretudo nutre a esperança, fazendo saber que seu coração nunca esteve do lado de lá (como se supunham) e, talvez ela nunca o recupere...
Soube que eles dividiram a mesma noite e a mesma lua, e o que ouve eu não soube dizer... Porem,
Soube que ela nunca mais dormirá só e, não haverá espaço entre eles, para ninguém.