Tupinambá

Lembras daquele dia Tupinambá?

Dia triste, morto, doloroso. Por quê será?

Será pela invasão dos senhores brancos a nossa terra radiante?

Será pela nossa cor, nossa raça, nossa tinta vermelha que escorre do corpo a cada surra?

Ó Tupinambá, porque deixastes de me amar?

Será pela cor cálida de sua sinhá?

Será pelos cabelos duros e lábios carnudos daquela negra?

Infelizmente só posso lembra. As feridas que me assolam, impedem a força do meu caminhar.

Ó Tupinambá, porque deixastes de me amar?

Será pela beleza exuberante de nossa flora reluzente?

Será pelo tronco marcado onde se encontra a minha corrente?

Ou será pela dor e sofrimento da minha morte recente?

O Branco nos separou,

a nossa carne se desmanchou,

a nossa força se findou.

Agora, só me resta ao lado da morte chorar.

Não importa mais a veemência de nossa paixão.

Ó Tupinambá, porque deixastes de me amar?