Despertar Sublime

Eu, que sempre sonhei em encontrar uma outra metade

E via em contos de fadas um espelho de meus sonhos

Fui despertada para a realidade torturante

De uma existência sem sentido, rodeada de seres vazios e senis

Eu, que aprendi a não acreditar na existência de sentimentos bons

Que fui convencida de que amar era torturante, um mito, uma mentira

Fui me fechando aos poucos até desprezar meu coração em um caixão

E abandonar o que em mim tinha de mas belo

Ou pelo menos era o que eu pensava fazer

Pois um coração não se abandona, não se pode arrancar

E assim sendo, nunca se deixa de ter um, e este nunca deixa de amar

Bombeia sentimento por minhas veias, me faz tremer com sua intensidade

Quem diria que um dia eu pudesse sentir tanto

Logo eu, que desprezava sentimentos e me guardava em uma cela

Carcereira de mim mesma, achando que me mantinha segura

Que loucura, que patético ter sido dominada assim

Meu coração parece estar revivendo de um sono profundo

Eu ouço sua batidas se tornando cada vez mais intensas

Um ritmo eufórico que me rouba o fôlego e me deixa sem fala

Tenho vontade de arrancá-lo e ao mesmo tempo de cuidá-lo

Me apresento a minha confusão

Como poderei me desprender desses medos que me sufocam?

E deixar a sinfonia que toca em meu corpo fluir normalmente...

Eu, que quero apenas amor. Não importa que forma ele tenha.