O PRIMEIRO (e único) AMOR)...
Ela
-Não quero ouvir de ti nenhuma palavra...
Grava
bem na tua lembrança:
não te dou ousadias tamanhas...
Tu apanhas
do meu pai...sou apenas criança!...
Ele
-O que tens, pra assim assustar-me?...
Tanto alarme
pra coisa alguma...afinal?...
Pôs o bom Deus de bondade infinita;
no meu coração; este que agita
sentimento tão doce...e tão natural!...
Ela
-Não sabes o que falas...tolice!...
Já te disse;
Ouve bem por favor:
não te dou assim tamanha intimidade;
pois idade
não tenho para o amor!...
...Mas...Espera!...mudei de ideia...
Dessa coisa de amor que é tão séria,
me fala um pouco mais...
É aquilo que não se faz de portas abertas;
(debaixo das cobertas)
os casais?...
Ele
-Me disseste de minhas ousadias tamanhas;
porém no entanto te assanhas
com este assunto que cautela requer!...
Por enquanto és criança, e tua inocência tão pura
haverei de manchar numa oportunidade futura
quando enfim formos homem e mulher!...
...Quando diante de um representante Divino;
estivermos selando o nosso destino
e jurando um amor que não morre jamais;
faremos então o que não se faz de portas abertas,
(debaixo das cobertas)
os casais!...
Nós
-Não sabemos como tudo acontece ao certo
mas decerto
alguma coisa estranha há em nossos pais
que se unem em beijos estonteantes...
Nós infantes
certamente a eles seremos iguais:
mergulhados num mar de ternura;
um casal que geme e murmura
se querendo e exigindo mais e mais!...