AZUL DO CÉU - O ANDAR DE CIMA

No despertar confundo lusco e fusco
da luz da manhã.
Brinco com a loucura dos amantes
solitários e esquecidos pela aurora
dos contentes.
Transformo o rumor do vento
em humor marítimo - instável.

Mar - que chega
ora manchando a costa
com o verde das algas esperanças.
Ora desmanchando castelos de areia
num piscar de olhos tristes.
Salga o granulado da areia e
recebe um doce calor em troca.
Parte aquecido e esquecido dos surtos 
de maremotos e tsunamis.
Reparte a ilusão de melhores dias
entre pescadores e é para sempre
lembrado e venerado em seu azul
rico, profundo e soberano..

Mar - trincheira dolente.
Breve divisa para as nossas distâncias,
nos aproxima em seu eterno marolês,
refrescando nossos queixumes,
acalmando a nossa febre de saudade,
aumentando nossa sede de encontro.
Sou ilha desgarrada de continente vulcânico
cujos limites foram destruídos por lava egoísta.
Desencaixada das origens,
sem identidade cartográfica,
errante em meu destino.
Desvairada,
na busca dos braços do amor terreno
que o azul do céu determinou
nunca mais hei de encontrar.

Viverei para sempre morrendo
de te (a)mar.
Rosana de Almeida
Enviado por Rosana de Almeida em 05/10/2014
Reeditado em 05/10/2014
Código do texto: T4988160
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