LONGE DE TI
Longe de ti, há noites silenciosas...
Rodopiar de segredos
Como fumaça que foge
Entre meus dedos...
Longe de ti, minha boca,
Que antes tinha o sorrir das primaveras,
Hoje tem na mesma boca,
Linhas graves e severas.
Longe de ti, meu rosto de estátua de marfim
Desfaz-se na lágrima que choro,
Pálida, branca e calma.
Ninguém a vê brotar na minha alma,
Nem a vê se desmanchar em mim...
Longe de ti,
Desfaço-me em infinitas esferas
Que rolam pelo meu jardim...
Parece que foi em outras primaveras
Que eu tive você, dentro de mim!