LONGE DE TI

Longe de ti, há noites silenciosas...

Rodopiar de segredos

Como fumaça que foge

Entre meus dedos...

Longe de ti, minha boca,

Que antes tinha o sorrir das primaveras,

Hoje tem na mesma boca,

Linhas graves e severas.

Longe de ti, meu rosto de estátua de marfim

Desfaz-se na lágrima que choro,

Pálida, branca e calma.

Ninguém a vê brotar na minha alma,

Nem a vê se desmanchar em mim...

Longe de ti,

Desfaço-me em infinitas esferas

Que rolam pelo meu jardim...

Parece que foi em outras primaveras

Que eu tive você, dentro de mim!

Dalú de Azevedo
Enviado por Dalú de Azevedo em 05/10/2014
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